Óleo sobre tela autoria: Jésus Ribeiro
O MENDIGO E A LUA
Jésus Ribeiro
Certo homem certa noite
Mendigo em andrajos a vagar
Parou
A se examinar...
E cabisbaixo de si envergonhado
Chorou por ser pobre nada ter
Quase revoltado
Mas uma lágrima que caiu
Na escura e fria calçada da rua
Luz bela e pura refletiu...
Ele ergueu os olhos para o alto e viu
A brilhar no céu radiosa a lua
Cercada por estrelas em turbilhão
A encher de luz e cor
A imensidão...
E passou a se perguntar
Se no mundo existia
Um teatro, um palco onde o nobre
Que tanto dinheiro trazia
Pudesse presenciar
Ao que seu olhar tão pobre
Nesta hora, agora via...
E com maior atenção
Continuou a observar
Com emoção
O espaço sem fim
E eram sóis a irradiar
Luz de todas as cores
Como a cantar louvores
A alguém que parecia habitar
Toda extensão
Dos Céus infinitos...
E eram cometas a riscar
Em facho incandescente o espaço
Em velocidade jamais concebida
Pela humana razão
E eram corpos celestiais a vagar
A obedecer rota e precisão
Cada astro com sua função
Cada colosso em seu lugar...
E nesta hora
Ele começa a notar
A branca luz da lua descer
E seu corpo vestido em farrapos
Envolver
E se tornar luminosos seus trapos...
E então
Em copioso pranto
Ele,o mendigo da rua,
Que recebeu da lua
O terno acalanto
Se pôs a chorar
Ao notar
Que o SER
De tamanha grandeza
Capaz de criar e manter
A perfeição da Natureza
Dele haver se lembrado
Indigente rejeitado
Alma esquecida
A vagar
Sem lar
Pelas veredas da vida
E de joelhos passou a agradecer
A mendicidade que lhe fez ver...
Tudo que lhe foi mostrado...
Por ser ele
O mendigo ignorado
A ouvir uma mensagem
A falar-lhe ao coração
Que ele um ser esquecido
É parte da criação
A vagar em romagem
Junto aos sóis na imensidão
Em jornada gloriosa,de elevação...
Que ele
Tão pobre
Esquecido até dos seus
É um nobre
Por ser filho de Deus!
E feliz inda uma vez agradeceu
O destino que a vida lhe deu
De ser um mendigo da rua
Que foi um dia
Acariciado pela luz da Lua.
Este mendigo acariciado pela luz da lua, tão pobre, mas tão nobre, que hoje, habita o país das estrelas, ladeado pelos sóis da espiritualidade, com franca jornada de elevação, habita para sempre meu coração!
ResponderExcluirAmo você Jésus!Esta sua poesia é estonteantemente bonita!
Bjs
Quando li esse poema em seu livro "A dança das borboletas", Maria, senti a força e a verdade de cada um dos versos! Que privilégio poder ler algo tão belo, tão puro, tão emocionante!!! Somente alguém tão especial quanto o Jésus pode ser capaz de compartilhar um texto tão maravilhoso como esse!!!
ResponderExcluirBeijinhos e abraços carinhosos,
Ana