AH! vida mágica onde está? Saudosa te busco... Te reencontrei na obra que esta construída... Onde realidade e o que o mundo diz ser fantasia se misturam... Se complementam formando uma única chama... Incandescente... De amor, muito amor que une o mundo material de nós, os reencarnados, e o mundo espiritual dos desencarnados... Maria

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Óleo sobre tela autoria: Jésus Ribeiro



O MENDIGO E A LUA
                                    Jésus Ribeiro


Certo homem certa noite
Mendigo em andrajos a vagar
Parou
A se examinar...
E cabisbaixo de si envergonhado
Chorou por ser pobre nada ter
Quase revoltado


Mas uma lágrima que caiu
Na escura e fria calçada da rua
Luz bela e pura refletiu...
Ele ergueu os olhos para o alto e viu
A brilhar no céu radiosa a lua
Cercada por estrelas em turbilhão
A encher de luz e cor
A imensidão...


E passou a se perguntar
Se no mundo existia
Um teatro, um palco onde o nobre
Que tanto dinheiro trazia
Pudesse presenciar
Ao que seu olhar tão pobre
Nesta hora, agora via...


E com maior atenção
Continuou a observar
Com emoção
O espaço sem fim
E eram sóis a irradiar
Luz de todas as cores
Como a cantar louvores
A alguém que parecia habitar 
Toda extensão
Dos Céus infinitos...


E eram cometas a riscar
Em facho incandescente o espaço
Em velocidade jamais concebida 
Pela humana razão


E eram corpos celestiais a vagar
A obedecer rota e precisão
Cada astro com sua função
Cada colosso em seu lugar...


E nesta hora 
Ele começa a notar 
A branca luz da lua descer
E seu corpo vestido em farrapos
Envolver
E se tornar luminosos seus trapos...


E então
Em copioso pranto
Ele,o mendigo da rua,
Que recebeu da lua
O terno acalanto
Se pôs a chorar


Ao notar
Que o SER
De tamanha grandeza
Capaz de criar e manter
A perfeição da Natureza
Dele haver se lembrado
Indigente rejeitado 
Alma esquecida
A vagar
Sem lar
Pelas veredas da vida


E de joelhos passou a agradecer
A mendicidade que lhe fez ver...
Tudo que lhe foi mostrado...


Por ser ele
O mendigo ignorado
A ouvir uma mensagem
A falar-lhe ao coração


Que ele um ser esquecido
É parte da criação
A vagar em romagem
Junto aos sóis na imensidão
Em jornada gloriosa,de elevação...


Que ele
Tão pobre
Esquecido até dos seus 
É um  nobre
Por ser filho de Deus!


E feliz inda uma vez agradeceu
O destino que a vida lhe deu
De ser um mendigo da rua 
Que foi um dia 
Acariciado  pela luz da Lua.






2 comentários:

  1. Este mendigo acariciado pela luz da lua, tão pobre, mas tão nobre, que hoje, habita o país das estrelas, ladeado pelos sóis da espiritualidade, com franca jornada de elevação, habita para sempre meu coração!
    Amo você Jésus!Esta sua poesia é estonteantemente bonita!
    Bjs

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  2. Quando li esse poema em seu livro "A dança das borboletas", Maria, senti a força e a verdade de cada um dos versos! Que privilégio poder ler algo tão belo, tão puro, tão emocionante!!! Somente alguém tão especial quanto o Jésus pode ser capaz de compartilhar um texto tão maravilhoso como esse!!!

    Beijinhos e abraços carinhosos,
    Ana

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